Eleição presidencial no Brasil em 1989

eleição para Presidente do Brasil realizada em 1989
 Nota: Para as outras eleições, veja Eleições gerais no Brasil em 1990.

A eleição presidencial de 1989 no Brasil foi realizada em dois turnos. O primeiro aconteceu em uma quarta-feira, 15 de novembro de 1989, e o segundo em um domingo, 17 de dezembro de 1989. Foi a primeira eleição presidencial do país após a promulgação da Constituição Federal de 1988. No total, 22 candidatos a Presidente e 22 a Vice-presidente do Brasil concorreram na eleição. Os principais candidatos à presidência foram: o liberal Fernando Collor de Mello (PRN, atual Agir), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o trabalhista Leonel Brizola (PDT), o social-democrata Mário Covas (PSDB), e o conservador[1][2] Paulo Salim Maluf (PDS, atual Progressistas[3]). Foi a primeira eleição direta brasileira em que presidente e vice-presidente da República foram eleitos juntos, norma mantida nos pleitos seguintes e que continua até hoje.

1985 Brasil 1994
Eleição presidencial no Brasil em 1989
15 de novembro (primeiro turno)
17 de dezembro (segundo turno)
CandidatoFernando CollorLula da Silva
PartidoPRNPT
Natural deRio de Janeiro, Rio de JaneiroCaetés, Pernambuco
ViceItamar Franco
(PRN)
José Paulo Bisol
(PSB)
Votos35 090 20631 075 803
Porcentagem53,03%46,97%
Candidato mais votado no 2º turno por unidade federativa.

Contexto histórico

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Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves venceu a eleição para presidente da República do Brasil no Colégio Eleitoral, encerrando a ditadura militar no país. Entretanto, Tancredo morreu, e quem assumiu o cargo foi seu vice, José Sarney, visto com suspeita pela população, pois faz parte de uma dissidência da Aliança Renovadora Nacional (rebatizada de Partido Democrático Social em 1980), o partido dos militares, que mais tarde formaria o Partido da Frente Liberal (atual União Brasil). Isso sem contar que havia dúvidas constitucionais sobre se era Sarney ou o então presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, quem deveria assumir o cargo; foi decisivo o apoio do general Leônidas Pires Gonçalves, indicado por Tancredo como ministro do Exército, para que a posse de Sarney se concretizasse. Entretanto, conforme prometido, o governo Sarney redemocratizou o país e, em 1986, ocorreram eleições para formar a Assembleia Nacional Constituinte, que promulgou uma nova constituição em 5 de outubro de 1988. A Constituição determinava a realização de eleições diretas para presidente no ano seguinte. Durante o governo Sarney, partidos até então clandestinos, como o PSB, o PCB e o PCdoB, foram legalizados.

A contenção do aumento inflacionário, herança do Regime Militar, foi outro desafio que teve de ser enfrentado pelo governo de José Sarney. Para tal, foram feitos sucessivos programas econômicos que não solucionaram o problema da inflação, pelo contrário, agravando ainda mais a crise inflacionária do país. O primeiro plano foi proposto pelo ministro da Fazenda Dílson Funaro, que consistiu na criação de uma nova moeda por meio do Plano Cruzado, o congelamento dos salários e preços, o incentivo à produção. Apesar dos resultados positivos no início, as taxas de inflação anuais chegaram ao índice de mais de 367%, entre 1986 e 1987. Também se estimulou o consumidor a controlar os preços. Os chamados “fiscais do Sarney” denunciavam ao governo os estabelecimentos que não cumpriam com os preços indicados aos produtos, assim os produtos começaram a sumir dos mercados e a inflação continuou a aumentar.

Em novembro de 1986, foi anunciado o Plano Cruzado II, que congelou os preços muito acima da realidade do mercado. Em maio de 1987 a inflação já ultrapassava a casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro da Fazenda. Dois novos planos econômicos foram implantados no governo Sarney, o Plano Bresser, sob a orientação do novo ministro Luís Carlos Bresser Pereira, e o Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, sob a orientação do último ministro da Fazenda do governo Sarney, Maílson da Nóbrega. Como os demais planos, ambos não conseguiram os resultados pretendidos.

Durante esta época de crise econômica o militar Jair Bolsonaro (futuro presidente da república) escreveu o artigo O salário está baixo para a revista Veja criticando os baixos salários dos militares, que, segundo Bolsonaro na época, estavam defasados por conta da inflação e falta de reajuste.[4] O artigo teve repercussão e tornou Bolsonaro imagem pública, posteriormente levando-o a ser preso por 15 dias. Um ano depois, a mesma revista o acusou de planejar plantar bombas em unidades militares, o que ele negou. Após ser condenado em primeira instância, o Superior Tribunal Militar o absolveu dessa acusação em 1988.[5]

A Internet chega ao Brasil em 1988 por decisão inicial da sociedade de estudantes e professores universitários paulistanos (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, liderada por Oscar Sala) e cariocas (Universidade Federal do Rio de Janeiro e Laboratório Nacional de Computação Científica). No entanto, será somente a partir de 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, que a Internet brasileira passará a ter seus backbones próprios inaugurados por provedores comerciais, iniciando assim o desenvolvimento dessa rede de telecomunicações.[6]

Assim sendo, chega-se ao ano das eleições presidenciais. As eleições de 1989 foram as primeiras desde 1960 em que os cidadãos brasileiros aptos a votar escolheram seu presidente da república. Por serem relativamente novos, os partidos políticos estavam pouco mobilizados e vinte e duas candidaturas à presidência foram lançadas. Essa quantidade expressiva de candidatos mantém o recorde de eleição presidencial com mais candidatos - número que passaria a 23 caso o ex-presidente Jânio Quadros, cujo nome foi cogitado para a disputa, não abdicasse de sua pré-candidatura em decorrência de seus problemas de saúde. Foi também a primeira eleição na qual uma mulher disputou o posto mais elevado da República — Lívia Maria, do Partido Nacionalista (PN).[7] Como nenhum candidato obteve a maioria absoluta dos votos válidos, isto é, excluídos os brancos e nulos, a eleição foi realizada em dois turnos, conforme a então nova lei previa. O primeiro foi realizado em 15 de novembro de 1989, data que marcava o centésimo aniversário da proclamação da República, e o segundo em 17 de dezembro do mesmo ano. Foram para o segundo turno os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, e Fernando Collor de Mello, da coligação encabeçada pelo PRN.

Diversos veículos de imprensa noticiaram forte favorecimento por parte da Rede Globo (ver Críticas à Rede Globo) no debate presidencial do segundo turno a Collor, em relação a Lula. Em 2009, Collor admitiu que teve vantagem na disputa.[8]

Cédulas de votação para Presidente do 1º e 2º Turno das Eleições de 1989.

Candidatura de Silvio Santos

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Em novembro de 1989, com a campanha presidencial em andamento, Silvio Santos foi anunciado como candidato à presidência pelo PMB no lugar do pastor evangélico Armando Corrêa, que era o candidato oficial do partido, e para a vice-presidência, foi escolhido o deputado federal paraibano Marcondes Gadelha. Também foi cogitada renúncia do candidato Aureliano Chaves, do PFL, um partido maior e mais poderoso, para que Silvio o substituísse. Silvio chegou a fazer algumas gravações para a propaganda eleitoral, pedindo votos para o número 26, do PMB, com insistência, pois não haveria tempo para mudar o nome impresso nas cédulas de votação.

A alguns dias da eleição, Silvio Santos teve seu registro de candidatura impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por irregularidades no registro do PMB (o partido fizera convenções partidárias em apenas 5 estados, em vez de 9). O apresentador e empresário filiou-se em seguida ao PFL e ensaiou participar de outras eleições, mas as brigas entre grupos políticos e os acordos e negociações inerentes à política fizeram Silvio continuar cuidando exclusivamente de seus negócios. O PMB sofreu a punição mais grave: teve seu registro cancelado pelo TSE.

Candidaturas

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Partido da Renovação Nacional

Fernando CollorItamar Franco
PresidenteVice Presidente
55º Governador de Alagoas

(1987–1989)

Senador por Minas Gerais

(1975–1990)

Campanha

Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.

PresidenteCargo político anteriorVice-presidenteColigaçãoNúmero eleitoralTempo de horário eleitoral
CandidatoPartidoCandidatoPartido
Affonso Camargo Neto
(Campanha)
 PTBSenador
pelo
Paraná
(1987-1995)
José Roberto Faria Lima PTBSem
coligação
1410 minutos
Afif Domingos
(Campanha)
 PLDeputado federal
por
São Paulo
(1987-1991)
Aluísio Pimenta PDCAliança Liberal Cristã
(PL, PDC)
2210 minutos
Antônio Pedreira
(Campanha)
 PPBSem
cargo
político
anterior
Orestes Ferreira Alves PPBSem
coligação
1630 segundos
Armando Corrêa
(Campanha)
 PMBSem
cargo
político
anterior
Agostinho Linhares de Souza PMBSem
coligação
265 minutos
Aureliano Chaves
(Campanha)
 PFLMinistro
das
Minas e Energia

(1985-1988)
Cláudio Lembo PFLSem
coligação
2518 minutos
Celso Brant
(Campanha)
 PMNDeputado federal
por
Minas Gerais
(1985-1988)
José Natan Emídio Neto PMNSem
coligação
3330 segundos
Enéas Carneiro
(Campanha)
 PRONASem
cargo
político
anterior
Lenine Madeira de Souza PRONASem
coligação
5615 segundos
Eudes de Oliveira Mattar
(Campanha)
PLPSem
cargo
político
anterior
Dante Lazzaroni JúniorPLPSem
coligação
5530 segundos
Fernando Collor
(Campanha)
 PRNGovernador
de
Alagoas
(1987-1989)
Itamar Franco PRNBrasil Novo
(PRN, PSC, PST, PTR)
2010 minutos
Fernando Gabeira
(Campanha)
 PVSem
cargo
político
anterior
Maurício Lobo Abreu PVSem
coligação
4330 segundos
Leonel Brizola
(Campanha)
 PDTGovernador
do
Rio de Janeiro
(1983-1987)
Fernando Lyra PDTSem
coligação
1210 minutos
Lívia Maria Pio
(Campanha)
 PNSem
cargo
político
anterior
Ardwin Retto Grünewald PNSem
coligação
2730 segundos
Luiz Inácio Lula da Silva
(Campanha)
 PTDeputado federal
por
São Paulo
(1987-1991)
José Paulo Bisol PSBFrente Brasil Popular
(PT, PSB e PCdoB)
1310 minutos
Manoel Antonio de Oliveira Horta
(Campanha)
PDCdoBSem
cargo
político
anterior
Jorge Coelho de SáPDCdoBSem
coligação
5730 segundos
Mário Covas
(Campanha)
 PSDBSenador
por
São Paulo
(1987-1995)
Almir Gabriel PSDBSem
coligação
4513 minutos
Marronzinho
(Campanha)
 PSPSem
cargo
político
anterior
Reinaldo Valim PSPSem
coligação
4230 segundos
Paulo Gontijo
(Campanha)
PPSem
cargo
político
anterior
Luiz PaulinoPPSem
coligação
5430 segundos
Paulo Maluf
(Campanha)
 PDSDeputado federal
por
São Paulo
(1983-1987)
Bonifácio Andrada PDSSem
coligação
1110 minutos
Roberto Freire
(Campanha)
PCBDeputado federal
por
Pernambuco
(1979-1995)
Sérgio AroucaPCBSem
coligação
235 minutos
Ronaldo Caiado
(Campanha)
 PSDSem
cargo
político
anterior
Camilo Calazansstyle="background-color:Predefinição:Partido Democrático Nacional/meta/cor" |PDNUnião Cidade Campo
(PSD, PDN)
515 minutos
Ulysses Guimarães
(Campanha)
 PMDBDeputado federal
por
São Paulo
(1951-1992)
Waldir Pires PMDBSem
coligação
1522 minutos
Zamir José Teixeira
(Campanha)
 PCNSem
cargo
político
anterior
William Pereira da Silva PCNSem
coligação
3130 segundos

O número eleitoral do PRN é 36, mas Fernando Collor usou o número eleitoral do PSC, 20.

O número eleitoral do PSD é 41, mas Ronaldo Caiado usou o número eleitoral do PDN, 51.

Lula da Silva

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A campanha eleitoral de Lula da Silva em 1989 foi suportada pela Frente Brasil Popular (FBP), que foi uma coligação partidária composta por 3 partidos: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialista Brasileiro (PSB). Até julho de 1989, o Partido Verde (PV) era o quarto partido da frente. Este, por sua vez, lançara o escritor e atualmente ex-deputado federal Fernando Gabeira como pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula. Todavia, a vaga também era disputada por Bisol, que teve seu nome confirmado em julho do ano em curso, forçando assim a saída dos verdes da coligação, bem como o lançamento forçado da candidatura própria de Gabeira ao Palácio do Planalto. O PV era contra a indicação de José Paulo Bisol para vice na chapa do petista.[carece de fontes?] Disputaram o sindicalista e então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cabeça-de-chapa e o senador José Paulo Bisol (PSB) como candidato a vice-presidente.[carece de fontes?]

Lula fora para o segundo turno e acabou derrotado pelo ex-governador alagoano Fernando Collor de Mello, do Movimento Brasil Novo (PRN/PSC/PTR/PST), obtendo 46,96% dos votos válidos.[carece de fontes?]

Em setembro de 2015, diversos partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos e personalidades lançaram uma coalizão homônima, também de viés de esquerda.[9]

Folha mostrando alguns candidatos de 1989 e seus vices.

Debates televisionados

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Primeiro turno

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DataOrganizadoresMediadoresCandidatos
Afif
(PL)
Brizola
(PDT)
Caiado
(PSD)
Affonso
(PTB)
Aureliano
(PFL)
Collor
(PRN)
Covas
(PSDB)
Freire
(PCB)
Maluf
(PDS)
Lula
(PT)
Corrêa
(PMB)
Ulysses
(PMDB)
17 de julhoBandeirantesMarília GabrielaPresentePresentePresentePresentePresenteAusentePresentePresentePresentePresenteNão convidadoAusente
14 de agosto
(primeira rodada)
PresentePresenteAusenteAusentePresenteNão convidadoAusentePresentePresenteAusenteNão convidadoAusente
15 de agosto
(segunda rodada)
AusenteAusentePresentePresenteAusenteAusentePresenteAusenteAusentePresenteNão convidadoPresente
16 de outubroPresentePresentePresenteNão convidadoAusenteAusentePresentePresentePresentePresenteImpedidoAusente
5 de novembroPresentePresentePresenteNão convidadoAusenteAusentePresentePresentePresentePresenteImpedidoAusente
12 de novembroSBTBoris CasoyPresentePresentePresenteNão convidadoAusenteAusentePresentePresentePresentePresenteNão convidadoAusente

Segundo turno

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Houve dois debates presidenciais. Um realizado pela TV Manchete, e o outro, pela Rede Bandeirantes; um pool foi formado entre as emissoras Globo, SBT, Manchete e Bandeirantes, transmitindo ambos os debates das 21h30 às 00h00.

DataOrganizadoresMediadores
(por ordem de aparição)
Candidatos
Collor
(PRN)
Lula
(PT)
3 de dezembroMancheteMarília Gabriela (Bandeirantes)
Boris Casoy (SBT)
Alexandre Garcia (Globo)
Eliakim Araújo (Manchete)
PresentePresente
14 de dezembroBandeirantesBoris Casoy (SBT)
Marília Gabriela (Bandeirantes)
Eliakim Araújo (Manchete)
Alexandre Garcia (Globo)
PresentePresente

O último debate foi realizado na noite de quinta-feira, e apresentando em uma versão resumida no Jornal Nacional, o programa jornalístico de maior audiência do país, na noite de sexta, 15, antes da eleição domingo. Houve a percepção de que a rede Globo favoreceu Collor em sua cobertura, dando-lhe mais tempo de fala e destacando trechos em que ele atacava Lula. Essa abordagem levou muitos críticos a acusarem a emissora de viés em favor de Collor.[10]

Um artigo científico publicado em 2023 utilizou o acesso variado ao sinal de televisão da rede Globo em municípios diferentes para medir o impacto que a apresentação editada do debate teve sobre o eleitorado.[11] A pesquisa encontrou que os municípios que tinham acesso ao sinal da emissora tiveram uma proporção de votos a Collor maior do que aqueles sem acesso, com efeito acentuado nos municípios que tinham acesso somente a rede Globo.[10]

Resultados

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Candidato(a)Vice1.º turno
15 de novembro de 1989
2.º turno
17 de dezembro de 1989
Votação[12]
TotalPercentagemTotalPercentagem
Fernando Collor (PRN)Itamar Franco (PRN)20 611 03030,48%35 090 20653,03%
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)José Paulo Bisol (PSB)11 622 32117,19%31 075 80346,97%
Leonel Brizola (PDT)Fernando Lyra (PDT)11 167 66516,51%
Mário Covas (PSDB)Almir Gabriel (PSDB)7 790 38111,52%
Paulo Maluf (PDS)Bonifácio Andrada (PDS)5 986 5858,85%
Guilherme Afif Domingos (PL)Aluísio Pimenta (PL)3 272 5204,84%
Ulysses Guimarães (PMDB)Waldir Pires (PMDB)3 204 9964,74%
Roberto Freire (PCB)Sérgio Arouca (PCB)769 1171,14%
Aureliano Chaves (PFL)Cláudio Lembo (PFL)600 8210,89%
Ronaldo Caiado (PSD)Camilo Calazans (PDN)488 8930,72%
Affonso Camargo Neto (PTB)José Roberto Faria Lima (PTB)379 2840,56%
Enéas Carneiro (PRONA)Lenine Madeira (PRONA)360 5780,53%
José Marronzinho (PSP)Reinaldo Valim (PSP)238 4080,35%
Paulo Gontijo (PP)Luiz Paulino (PP)198 7100,29%
Zamir Teixeira (PCN)William Pereira da Silva (PCN)187 1640,28%
Lívia Maria Pio (PN)Ardwin Retto Grünewald (PN)179 9250,27%
Eudes Mattar (PLP)Dante Lazzaroni Jr (PLP)162 3430,24%
Fernando Gabeira (PV)Maurício Lobo Abreu (PV)125 8440,19%
Celso Brant (PMN)José Natan (PMN)109 9030,16%
Antônio Pedreira (PPB)Orestes Alves (PPB)86 1070,13%
Manoel Horta (PDCdoB)Jorge Coelho de Sá (PDCdoB)83 2910,12%
Armando Corrêa (PMB)Agostinho Linhares (PMB)4 3630,00%Votos Anulados
Total de votos válidos67 625 88693,57%66 166 00994,17%
Votos em branco1 176 3671,63%986 4601,40%
Votos nulos3 487 9634,82%3 108 2324,42%
Total72 290 21688,08%70 260 70185,61%
Abstenções9 784 50211,92%11 814 01714,39%
Eleitores aptos a votar82 074 71855,53%82 074 71855,53%
População nacional estimada147 801 816100%147 801 816100%
  Eleito

Primeiro turno

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 Vitória de Fernando Collor
 Vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
 Vitória de Leonel Brizola
 Vitória de Mário Covas
Estado[13]EleitoradoAbstenção%Collor%Lula%Brizola%Covas%Outros%Votos brancos%Votos nulos%
 Acre182 79742 48823,24%49 86238,95%22 95417,93%8 5826,70%3 7162,90%42 89633,52%2 6731,91%9 6266,86%
 Alagoas1 210 797242 99420,07%554 61264,38%76 2278,85%63 0717,32%67 2407,81%100 32011,64%27 4862,84%78 8478,15%
 Amapá118 14426 20722,18%42 25548,42%21 02624,09%4 9355,65%3 6954,23%15 36017,61%1 0721,17%3 5943,91%
 Amazonas842 083215 43125,58%300 84850,49%125 40621,05%26 1294,39%36 3806,11%107 10617,96%9 1511,46%21 6323,45%
 Bahia5 893 8611 182 66420,07%1 408 61434,77%1 050 44425,93%229 1865,66%248 8036,14%1 114 02827,50%162 4433,45%497 67910,56%
 Ceará3 351 606540 43516,12%861 03033,09%321 52612,36%505 44019,43%477 28618,34%436 57416,78%55 4481,97%153 8675,47%
 Distrito Federal857 33074 5798,70%172 81822,75%220 72029,06%71 7199,44%135 22717,81%158 99620,94%4 5800,59%18 6912,39%
 Espírito Santo1 407 759136 2879,68%468 91039,62%264 98322,39%105 0938,88%118 0489,97%226 53619,14%20 3731,60%67 5295,31%
 Goiás2 199 965304 08613,82%803 19945,39%298 26116,86%70 1463,96%101 5145,74%496 39128,05%31 1481,64%95 2205,02%
 Maranhão2 144 352678 07131,62%609 75846,93%255 58619,67%116 5398,97%44 1543,40%273 22521,03%50 2783,43%116 7417,96%
 Mato Grosso1 027 972233 84822,75%344 97346,60%76 70010,36%75 19410,16%33 4724,52%209 93628,36%14 8191,87%39 0304,91%
 Mato Grosso do Sul1 002 232138 74113,84%436 53953,23%73 6978,99%63 7217,77%50 4656,15%195 74123,86%13 2181,53%30 1103,49%
 Minas Gerais9 433 1031 033 71810,96%2 801 42236,12%1 792 78923,11%418 9355,40%799 22710,30%1 944 51925,07%176 0722,10%466 4215,55%
 Pará2 186 852559 05325,56%793 38452,01%294 98119,34%52 3613,43%101 2826,64%283 31818,58%29 2941,80%73 1794,50%
 Paraíba1 756 417289 53716,48%457 12935,16%313 89524,14%186 07614,31%94 7747,29%248 31719,10%41 6842,84%125 0058,52%
 Paraná5 045 626526 53110,44%1 738 21640,64%353 9078,27%616 17014,41%325 6527,61%1 243 27929,07%53 2971,18%188 5744,17%
 Pernambuco3 764 143553 57214,71%1 066 98637,74%950 18933,61%265 5489,39%101 0933,58%443 01215,68%97 2693,03%286 4748,92%
 Piauí1 334 282259 70319,46%383 63239,75%219 40622,73%93 5079,69%48 7635,05%219 76422,78%31 7132,95%77 7947,24%
 Rio de Janeiro8 196 547555 5436,78%1 189 38516,07%904 22312,22%3 855 56152,09%643 7868,70%808 54810,92%53 2420,70%186 2592,44%
 Rio Grande do Norte1 298 088179 33413,82%326 87833,37%239 01024,40%78 2597,99%56 7685,80%278 56928,44%27 4532,45%111 8179,99%
 Rio Grande do Sul5 700 461337 4885,92%480 8429,23%350 0626,72%3 262 92562,66%249 3844,79%863 97616,60%57 5221,07%98 2621,83%
 Rondônia557 781140 15925,13%165 60742,82%75 53219,53%39 65010,25%13 7183,55%92 22723,85%6 8081,63%24 0805,77%
 Roraima73 00116 95623,23%32 13059,72%5 41710,07%5 0929,47%2 9445,47%8 21415,27%6761,21%1 5722,80%
 Santa Catarina2 729 916206 5037,56%566 99023,52%255 01510,58%632 17026,22%177 9807,38%778 90732,30%26 3541,04%85 9973,41%
 São Paulo18 500 9801 057 7205,72%4 085 22324,40%2 921 97017,45%252 6511,51%3 802 33022,71%5 679 17033,93%156 6210,90%545 2953,13%
 Sergipe776 071101 01113,02%301 73050,81%108 00218,19%55 7519,39%39 4996,65%88 89714,96%17 9532,66%63 2289,37%
 Tocantins464 060146 15931,50%164 96457,08%27 8889,65%11 6054,02%9 7393,37%74 80425,88%7 6092,39%21 2926,70%
Exterior18 4925 68430,74%3 09424,66%2 50519,96%1 64913,14%3 44227,43%1 85914,81%1110,87%1481,16%
Total82 074 7189 784 50211,92%20 611 03030,48%11 622 32117,19%11 167 66516,51%7 790 38111,52%16 434 48924,30%1 176 3671,63%3 487 9634,82%

Segundo turno

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 Vitória de Fernando Collor
 Vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
Estado[13]EleitoradoAbstenção%Collor%Lula%Votos brancos%Votos nulos%
 Acre182 79746 32925,34%89 10369,18%39 69530,82%2 0051,47%5 6654,15%
 Alagoas1 210 797246 18720,33%683 92076,18%215 17723,82%19 3532,01%47 4544,92%
 Amapá118 14431 26526,46%53 78064,25%29 92635,75%7470,86%2 4262,79%
 Amazonas842 083223 90026,59%397 10366,79%197 43133,21%8 5341,38%15 1152,45%
 Bahia5 893 8611 459 37824,76%2 118 30751,68%1 980 90748,32%100 0142,26%235 2555,31%
 Ceará3 351 606617 33618,42%1 478 28856,90%1 119 36743,10%44 6071,63%91 7113,35%
 Distrito Federal857 33096 81411,29%268 96337,32%451 78062,68%5 8300,77%33 9434,46%
 Espírito Santo1 407 759175 46312,46%689 98159,30%473 59740,70%17 7491,44%50 9694,14%
 Goiás2 199 965420 78519,13%1 160 44668,44%535 14231,56%20 5261,15%63 0663,54%
 Maranhão2 144 352663 81230,96%867 18862,43%521 75337,57%35 7372,41%55 7983,77%
 Mato Grosso1 027 972279 70327,21%475 04666,39%240 48633,61%9 7731,31%22 9643,07%
 Mato Grosso do Sul1 002 232172 33317,19%579 06472,85%215 85927,15%9 8311,18%25 1453,03%
 Minas Gerais9 433 1031 409 88914,95%4 186 65855,51%3 355 12544,49%129 4461,61%351 9854,39%
 Pará2 186 852601 32027,50%1 105 64672,48%419 64327,52%19 9171,26%40 2442,54%
 Paraíba1 756 417319 40418,18%740 20854,97%606 44645,03%27 9081,94%62 4514,35%
 Paraná5 045 626652 07912,92%2 793 21867,28%1 357 75432,72%50 7921,16%191 3604,36%
 Pernambuco3 764 143601 48515,98%1 455 74749,10%1 509 10250,90%65 6642,08%132 1454,18%
 Piauí1 334 282271 43220,34%590 59458,92%411 81441,08%21 5172,02%38 9253,66%
 Rio de Janeiro8 196 547711 4678,68%1 941 49927,08%5 227 88672,92%65 3880,87%249 8783,34%
 Rio Grande do Norte1 298 088205 67415,84%535 19552,59%482 46347,41%17 5651,61%57 1915,24%
 Rio Grande do Sul5 700 461487 2678,55%1 532 82431,28%3 366 79568,72%75 6231,45%237 9534,56%
 Rondônia557 781169 08730,31%234 27263,25%136 12336,75%4 5081,16%13 7913,55%
 Roraima73 00119 18726,28%39 91676,35%12 36423,65%5110,95%1 0231,90%
 Santa Catarina2 729 916265 9629,74%1 167 68950,32%1 152 73049,68%29 2201,19%114 3154,64%
 São Paulo18 500 9801 387 1057,50%9 270 50157,90%6 739 40342,10%183 1951,07%920 7765,38%
 Sergipe776 071111 54014,37%403 48065,89%208 82934,11%14 8682,24%37 3545,62%
 Tocantins464 060159 82934,44%227 02978,39%62 57621,61%5 4981,81%9 1283,00%
Exterior18 4927 98543,18%4 54144,65%5 63055,35%1341,28%2021,92%
Total82 074 71811 814 01714,39%35 090 20653,03%31 075 80346,97%986 4601,40%3 108 2324,42%

Mapas

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Resultados eleitorais no primeiro turno por unidade da federação.
Resultados eleitorais no segundo turno por unidade da federação.
Apuração por unidade federativa no segundo turno      Fernando Collor (23)      Lula da Silva (4)

Gráficos

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Eleição Presidencial 1989 (1º turno)
PartidoCandidatoVotosVotos (%)
 PRNCollor20 611 030
 
30,48%
 PTLula11 622 321
 
17,19%
 PDTBrizola11 167 665
 
16,51%
 PSDBCovas7 790 381
 
11,52%
 PDSMaluf5 986 585
 
8,85%
 PLAfif3 272 520
 
4,84%
 PMDBUlysses3 204 996
 
4,74%
 PCBFreire769 117
 
1,14%
 PFLAureliano600 821
 
0,89%
 PSDCaiado488 893
 
0,72%
 PTBAffonso379 284
 
0,56%
 PRONAEnéas360 578
 
0,53%
 PSPMarronzinho238 408
 
0,35%
 PPGontijo198 710
 
0,29%
 PCNZamir187 164
 
0,28%
 PNLívia179 925
 
0,27%
 PLPMattar162 343
 
0,24%
 PVGabeira125 844
 
0,19%
 PMNBrant109 903
 
0,16%
 PPBPedreira86 107
 
0,13%
 PDCdoBHorta83 291
 
0,12%
 PMBCorrêa0
 
0%
Totais67 625 886 
Eleição Presidencial 1989 (2º turno)
PartidoCandidatoVotosVotos (%)
 PRNCollor35 090 206
 
53,03%
 PTLula31 075 803
 
46,97%
Totais66 166 009 

Ver também

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Notas

Referências

  1. Caio N. de Toledo (Novembro de 2002). «Maluf nunca mais?». Revista Espaço Acadêmico. Consultado em 18 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  2. Rogério Gentile (1998). «Covas já votou em Maluf; Maluf já votou em Covas». Folha de S.Paulo. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  3. «De volta às campanhas». GCN. 15 de julho de 2006. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  4. «ReVEJA Jair Bolsonaro: explosivo desde 1986». Veja. Consultado em 22 de abril de 2022 
  5. Carvalho, Luiz Maklouf (1 de abril de 2018). «O julgamento que tirou Bolsonaro do anonimato». O Estado de São Paulo. Consultado em 8 de outubro de 2018 
  6. Brasil Escola (2017). «Internet no Brasil». Consultado em 7 de novembro de 2017 
  7. LARANJEIRA, Leandro. "Mulheres podem fazer história nas eleições de 2010" Arquivado em 8 de março de 2012, no Wayback Machine.. Diário do Grande ABC. 10 de agosto de 2009. Acesso em: 28 de junho de 2010.
  8. «Relação com a Globo 'ajudou bastante', lembra Collor; senador diz ter pensado, na véspera, que perderia a eleição - 15/11/2009 - Especial - Eleições 1989». noticias.uol.com.br. Consultado em 18 de setembro de 2017 
  9. Altman, Breno (9 de setembro de 2015). «O que é, afinal, a Frente Brasil Popular?». Brasil 247. Consultado em 26 de abril de 2017 
  10. a b «Quem viu debate editado em 1989 votou mais em Fernando Collor». Insper. 21 de junho de 2023. Consultado em 26 de agosto de 2023 
  11. Cavgias, Alexsandros; Corbi, Raphael; Meloni, Luis; Novaes, Lucas M. (26 de maio de 2023). «Media Manipulation in Young Democracies: Evidence From the 1989 Brazilian Presidential Election». Comparative Political Studies (em inglês). ISSN 0010-4140. doi:10.1177/00104140231169027. Consultado em 26 de agosto de 2023 
  12. «TSE - Divulgação de Resultados de Eleições». divulga.tse.jus.br 
  13. a b «Resultados - 1989». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 4 de janeiro de 2024 

Bibliografia

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Ligações externas

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