César Benjamin

César de Queiroz Benjamin (Rio de Janeiro, 5 de maio de 1954) é um cientista político, editor e político brasileiro. Durante a ditadura militar brasileira (1964-1985), participou da luta armada contra o regime, foi perseguido e exilado. Co-fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), foi também filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), tendo se desligado dos dois partidos. Atualmente, César Benjamin é o editor da Contraponto Editora[1] e colunista da Folha de S.Paulo.

César de Queiroz Benjamin
César Benjamin
César Benjamin como secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro
Dados pessoais
Nascimento5 de maio de 1954 (70 anos)
Rio de Janeiro, (RJ)
Nacionalidadebrasileiro
PartidoPT (1980-1995)
PSOL (2004-2006)
Profissãocientista político, editor

Trajetória política

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Militante do movimento estudantil secundarista em 1968, passou à clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano. Juntou-se, então, à luta armada contra o regime militar, ligando-se ao MR-8. Preso em meados de 1971, aos 17 anos, passou mais de 5 anos em celas solitárias e sofreu tortura em interrogatórios.[2] Em consequência, sofreu perda unilateral da audição. Foi expulso do país no final de 1976, exilando-se na Suécia.

César Benjamin voltou ao Brasil em 1978. Com a Lei da Anistia, pôde retomar a atividade política, sendo um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.

Coordena a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 1989, quando Lula foi derrotado por Fernando Collor.

Em 1995, César Benjamin deixou o PT por divergências de opinião, que já se vinham avolumando desde 1989. No final dos anos 1990, fundou a Editora Contraponto. Em 1997, atuou na fundação do movimento Consulta Popular.

Em 2004, filiou-se ao recém criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - constituído por dissidentes do Partido dos Trabalhadores -, pelo qual foi candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2006, na chapa da senadora Heloisa Helena.[3] Ainda no fim de 2006, em desacordo com decisões internas do partido, desfiliou-se do PSOL.

Em 20 de dezembro de 2016, foi anunciado que seria o secretário de Educação, Esporte e Lazer, da cidade do Rio de Janeiro, na gestão Marcelo Crivella (PRB).[4] Ironicamente, no mesmo secretário de Crivella, estava o coronel Paulo Cesar Amêndola, da secretaria de Ordem Pública, que foi quem havia realizado a prisão de César Benjamin, durante a ditadura.[5] Já na pasta, o secretário criticou duramente a atuação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro por promover operações próximas a áreas escolares, nos horários de entrada e saída de alunos.[6][7] Benjamin declarou que Crivella lhe dava condições de trabalho que os partidos de esquerda não dariam, e criticou a militância desses partidos por viver gritando palavras de ordem. Criticou também o fato desses militantes prestigiarem demais os debates sobre legalização das drogas e do o aborto, e por isso tornarem a esquerda “afastada do povo”.[5]

Atuação profissional

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Títulos e honrarias

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Obras publicadas

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  • E o sertão, de todo, se impropriou à vida: um estudo sobre a seca no Nordeste. Petrópolis: Vozes, 1985 (com Sérgio Goes de PAULA).
  • Diálogo sobre Ecologia, Ciência e Política. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
  • A Opção Brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.
  • Bom Combate. Rio de Janeiro, Contraponto, 2004.

Referências

  1. http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/cesar-benjamin/ Lula sabe desde 1995 que Delúbio Soares é um especialista em desvio de dinheiro]
  2. Os filhos do Brasil. Artigo de César Benjamin, publicado em 27/11/09, na Folha de S.Paulo
  3. [ligação inativa] Entrevista de César Benjamin,quando candidato a vice-presidente da República, pelo PSOL. 28 de Junho de 2006.
  4. Crivella anuncia secretários da prefeitura do Rio e reduz pastas pela metade
  5. a b El País. «César Benjamin: "Não quero esconder a realidade, o Rio está morrendo aos poucos"». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  6. Agência Brasil (5 de julho de 2017). «Familiares de menina morta no Rio e secretário de Educação criticam ação da PM». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  7. O Dia (5 de julho de 2017). «'É inaceitável que a PM atire para todos os lados', diz secretário de Educação». Consultado em 15 de novembro de 2017 
  8. Cargo em Comissão DAS-1, conforme consta no sítio da Secretaria de Estado de Administração e Planejamento do Paraná.

Ligações externas

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