Cotrimoxazol

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Cotrimoxazol ou sulfametoxazol-trimetoprima é um fármaco usado no tratamento de uma variedade de infeções bacterianas, fúngicas e por protozoários, que está composto por trimetoprim e sulfametoxazol (em uma relação de 1:5), dois antibióticos que são terapeuticamente sinergéticos. O fármaco possui caráter bactericida, ainda que cada um dos antibióticos que o compõe são bacteriostáticos. Seu mecanismo de ação ocorre pela inibição da biossíntese e metabolismo de folato.[1] A droga faz parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma lista das medicações mais importantes do sistema básico de saúde.

Nomes comerciais editar

Pode ser encontrado com as apresentações comerciais: Bacfar, Bactrim, Diazol, Ectrin, Espectrin, Infectrin, Qiftrim, Septra, Sulfatrin. Cotrimoxazol é frequentemente abreviado como TMS, ou mesmo conhecido como Trimetoprim/Sulfametoxazol ou ainda por suas respetivas abreviações, TMP-SMX no sistema de saúde.

Uso clínico editar

A alta incidência relativa de efeitos adversos do Cotrimoxazol (ver abaixo) e a preocupação crescente pelo aumento de resistência antimicrobianas fez com que, em muitos países, seu uso fosse restringido à circunstâncias muito específicas, nas quais o seu benefício terapêutico tenha sido bem demonstrado.

O seu uso pode ser efetivo em uma variedade de infeções do trato respiratório superior e inferior, do sistema urinário e gastrointestinal (diarreia do viajante, shigelose), de pele e feridas, otite, da sepse e outras infeções causadas por micro-organismos sensíveis.[2]

Os organismos potencialmente suscetíveis ao Cotrimoxazol são:[1]

Gravidez e lactância editar

O uso do Cotrimoxazol durante a gravidez está contraindicado, ainda que pertença à categoria C de gravidez dos Estados Unidos e Austrália.[1] Apesar disso, estudos epidemiológicos apontaram que o uso durante o primeiro trimestre de gravidez (quando ocorre a organogênese) e mesmo 12 semanas antes da gravidez foi associado a um risco aumentado de malformações congênitas, especialmente aquelas associadas à uma deficiência de ácido fólico (provavelmente devido ao mecanismo de ação do cotrimoxazol), como espinha bífida, malformações cardiovasculares (como a anomalia de Epstein), defeitos do trato urinário, fissuras orais e pés tortos.[1] O seu uso após o terceiro trimestre de gravidez também aumenta o risco de nascimento prematuro (odds ratio: 1.51) e baixo peso ao nascer (odds ratio: 1.67). Estudos em animais também revelaram resultados desanimadores.

O Cotrimoxazol também é excretado pelo leite materno, portanto o seu uso durante a lactância não é recomendado.

Efeitos adversos editar

Comumente (>1% em frequência)

Infrequentemente (0.1-1%)

Raramente (<0.1%)

Contraindicações editar

Hipersensibilidade conhecida à trimetoprima, sulfonamidas ou outro ingrediente da formulaçãoGravidezFalência hepática severa, dano parenquimatoso marcado ou icteríciaAlterações hematológicas severas e porfiriaInsuficiência renal severa (Clearance de creatinina <15ml/min) onde medições repetidas das concentrações plasmaticas não podem ser executadasCotrimoxazol não deve ser administrado a neonatos durante as seis primeiras semanas, exceto para o tratamento/profilaxe de Pneumocystosis jiroveci (P. carinii) em crianças de pelo menos quatro semanas de idadade.

Referências editar

Referências