Steven Runciman

historiador britânico

James Cochran Stevenson Runciman CH (Northumberland, 7 de julho de 1903Radway, 1 de novembro de 2000) foi um historiador inglês célebre por seu trabalho a respeito da Idade Média, e mais especificamente por sua obra em três volumes, A History of the Crusades, publicada entre 1951 e 1954.

Steven Runciman
Nascimento7 de julho de 1903
Northumberland
Morte1 de novembro de 2000 (97 anos)
Radway
CidadaniaReino Unido
Progenitores
  • Walter Runciman
  • Hilda Runciman
Irmão(ã)(s)Margaret Fairweather, Leslie Runciman, 2nd Viscount Runciman of Doxford, Katharine Runciman, Ruth Runciman
Alma mater
Ocupaçãomedievalista, historiador, bizantinista
Prêmios
Empregador(a)Universidade de Cambridge
Obras destacadasA History of the Crusades

Biografia editar

Nascido em Northumberland, seus pais foram Membros do Parlamento britânico pelo Partido Liberal. Seu pai foi criado Visconde Runciman de Doxford em 1937; seu avô paterno, Lorde Runciman, foi um magnata do ramo dos transportes marítimos.

Recebeu o nome de seu avô materno, James Cochran Stevenson, representante de South Shields no parlamento.

Diz-se que já era capaz de ler latim e grego aos cinco anos de idade. No decorrer de sua longa vida dominou um número estarrecedor de idiomas, de modo que, ao escrever sobre o Oriente Médio, baseava-se não apenas nas obras em latim e grego e nos vernáculos ocidentais, mas também consultava fontes em árabe, turco, persa, hebraico, siríaco, armênio e georgiano. King's Scholar no Eton College, foi contemporâneo e amigo pessoal de George Orwell; ambos estudaram francês com Aldous Huxley. Em 1921 matriculou-se no Trinity College, Cambridge, como acadêmico de História, e estudou com J.B. Bury, tornando-se, como Runciman comentou posteriormente, "seu primeiro e único aluno". Inicialmente o recluso Bury tentou demovê-lo da ideia, porém quando Runciman mencionou que sabia ler russo, Bury lhe deu uma pilha de artigos búlgaros para editar, e a partir daí seu relacionamento se desenvolveu. Seu trabalho sobre o Império Bizantino lhe rendeu uma fellowship No Trinity College em 1927.

Depois de receber uma grande herança de seu avô, Runciman abriu mão de seu cargo em 1938 e passou a viajar pelo mundo. De 1942 a 1945 lecionou Arte e História Bizantina na Universidade de Istambul, na Turquia, onde iniciou sua pesquisa sobre as Cruzadas, que eventualmente o levariam à sua obra mais conhecida, a História das Cruzadas (em três volumes publicados em 1951, 52 e 54). A maior parte das obras históricas de Runciman abordam o Império Bizantino e seus vizinhos medievais, da Sicília à Síria; uma excepção é The White Rajahs ("Os Rajás Brancos"), publicado em 1960, que conta a história de Sarawak, uma nação independente fundada na costa norte de Bornéu pelo inglês James Brooke, e governada pela família Brooke por mais de um século.

Em sua vida pessoal Runciman era um inglês conservador e excêntrico, conhecido, entre outras características, como um esteta, um contador de histórias e um entusiasta do ocultismo. De acordo com Andrew Robinson, professor de História em Eton, Runciman "tocava duetos de piano com o último imperador da China, leu cartas de tarô para o rei Fuad do Egito, quase morreu no bombardeio feito pelos alemães ao Hotel Pera Palace, em Istambul, e obteve por duas vezes o jackpot nos caça-níqueis de Las Vegas", o que não fazia dele o típico históriador medieval. Também era célebre por seu excelente humor e espírito aberto, e tinha amigos em todas as camadas sociais, nos mais diferentes países. Morreu em Radway, Warwickshire, ao visitar parentes, e está enterrado em Lockerbie, Dumfriesshire.

Obras editar

  • The Emperor Romanus I Lecapenus|Romanus Lecapenus and His Reign (1929)
  • The First Bulgarian Empire (1930)
  • Byzantine Civilization (1933)
  • The Medieval Manichee : A Study of the Christian Dualist Heresy (1947)
  • A History of the Crusades: Volume 1, The First Crusade and the Foundation of the Kingdom of Jerusalem (Cambridge University Press 1951) (ed. Folio Society 1994)
  • A History of the Crusades: Volume 2, The Kingdom of Jerusalem and the Frankish East (Cambridge University Press 1952) (ed. Folio Society 1994)
  • A History of the Crusades: Volume 3, The Kingdom of Acre and the Later Crusades (Cambridge University Press 1954) (ed. Folio Society 1994)
  • The Eastern Schism: A Study of the Papacy and the Eastern Churches in XIth and XIIth Centuries (1953)
  • The Sicilian Vespers: A History of the Mediterranean World in the Later Thirteenth Century (1958)
  • The White Rajahs (1960)
  • The Fall of Constantinople 1453 (1965)
  • The Great Church in Captivity (1968)
  • The Last Byzantine Renaissance (1970)
  • The Orthodox Churches and the Secular State (1972)
  • Byzantine Style and Civilization (1975)
  • The Byzantine Theocracy (1977)
  • Mistra (1980)
  • Patriarch Jeremias II and the Patriarchate of Moscow (1985)
  • A Traveller's Alphabet.Partial Memoirs. (1991)

Ver também editar

Fontes editar

Ligações externas editar

Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Steven Runciman