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As conversas com amigos e familiares costumam ser informais, recheadas de gírias e vícios de linguagem. Nesses ambientes, falar dessa maneira não é um problema, pois são situações de descontração. Entretanto, para a vida profissional e acadêmica isso é péssimo e esse costume deve ser corrigido. Saber quais são os vícios de linguagem e como costumamos usá-los é o primeiro passo para abandoná-los. Se fiscalizar para não repeti-los pode ser um pouco trabalhoso, mas não é nada impossível.

Método 1
Método 1 de 3:

Identificando os vícios de linguagem

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  1. How.com.vn Português: Step 1 Entenda o que são vícios de linguagem.
    Eles são desvios da norma culta da língua, podendo ocorrer na fala e na escrita. Essas deturpações dificultam a compreensão da mensagem e ocorrem por desconhecimento da forma correta das palavras, por descuido ou por negligência.[1] Todos aprendemos sobre alguns dos vícios de linguagem na escola, mas eles não são os únicos que podem interferir em uma conversa ou apresentação. Existem vários tipos deles e abordaremos cada um a seguir.
    • Barbarismo. O barbarismo consiste em pronunciar ou escrever uma palavra da maneira errada, ou o famoso “erro de português”. Um exemplo seria dizer ou escrever “Hoje o tráfico dos carros estava pesado”, enquanto o correto seria “tráfego”; outro exemplo é “Hoje eu consultei o adevogado” em vez de “Hoje consultei o advogado”.
      • Embora escrever e falar assim seja errado de acordo com a norma culta, existem ocasiões em que eles podem ser usados como recursos de linguagem, como nas falas de personagens iletrados. Isso também vale para palavrões.
    • Solecismo. Erros de sintaxe que podem ser em relação à concordância, regência ou colocação:
      • “Tinha muitos menino lá.” Erro de concordância; o correto seria “Tinha muitos meninos lá”.
      • “Agradeço o senhor pela gentileza.” Erro de regência; o correto seria “Agradeço ao senhor pela gentileza”.
      • “Me passa o sal.” Erro de colocação; o correto seria “Passe-me o sal”.
    • Estrangeirismo. O estrangeirismo também é um barbarismo e acontece quando o falante prefere usar termos de outros idiomas para designar coisas que têm termos próprios no português. Por exemplo, “Você deveria tentar um approach diferente.”; o termo approach tem um correspondente em português que pode ser utilizado sem perda do sentido: “Você deveria tentar uma abordagem diferente”.
    • Arcaísmo. Esse vício de linguagem ocorre quando o falante faz uso de expressões que já deixaram de ser usadas há muito tempo. Um bom exemplo é usar o termo “quiçá” para dizer “talvez”.
    • Neologismo. O neologismo é a prática de criar palavras novas para dar significado a fenômenos, fatos, invenções, etc. que não existiam antes. Existem três tipos de neologismo:
      • Neologismo semântico – a palavra já existe, mas tem seu significado alterado: “Estou a fim de fulano.
      • Neologismo sintático – a palavra já existe, mas é modificada com outros elementos da língua, como em “Ela é antenada.
      • Neologismo lexical – uma nova palavra é criada para um novo conceito, como “Upar um personagem de videogame (quando ele passa para o próximo nível).
      • Um bom exemplo de neologismo são as gírias; elas são renovadas a cada geração. Desse modo, quando a gíria entra em desuso, ela pode causar desentendimentos para quem não a conhecia na época em que era usada (como “pisante” e “beca”, nenhum desses termos é usado pelos jovens de hoje)[2]. Embora usar gírias seja válido como forma de expressão, elas não são recomendadas em ambientes formais, como no trabalho, na faculdade, durante solenidades, etc. Vale lembrar que os neologismos frequentemente se tornam parte do léxico, como o caso de “deletar”. Nesse caso, o ideal é ter bom senso. Não é difícil saber se um termo novo é apropriado para a ocasião.
    • Ambiguidade. A ambiguidade acontece quando uma frase por ter dois sentidos diferentes. Por exemplo: “O menino abraçou a menina e foi para sua casa”; para a casa de quem? Essa frase é ambígua.
    • Cacófato. Trata-se do som que a junção de duas palavras pode causar, como em “Dá uma mão aqui” ou Ele beijou a boca dela.
    • Eco. Consiste nas rimas não intencionais de uma frase. Embora as rimas sejam a vida da poesia, na prosa elas são consideradas um vício de linguagem. Por exemplo: Ela estava de passagem pela barragem quando viu uma miragem”.
    • Colisão. Esse vício de linguagem ocorre quando a repetição excessiva de uma determinada consoante, como em “Lázaro é ladrão de laços e laranjas”. Isso não seria um problema se fosse uma espécie de trava-língua, mas como frase séria é difícil de ignorar.
    • Hiato. É a aproximação de vogais iguais, como em “Beba a água aí”.
    • Preciosismo. É o uso de termos muito rebuscados desnecessariamente. Por exemplo: “Por obséquio, dê-me um ósculo de adeus”, que pode ser substituído pelo simples “Dê-me um beijo de tchau”.
    • Gerundismo. Esse tipo de vício de linguagem se tornou popular na última década e usa o gerúndio de maneira equivocada. Por exemplo: “Eu vou estar passando o recado”. Trata-se de um erro porque a pessoa deveria simplesmente dizer “vou passar o recado”. O uso excessivo do gerúndio, além de ser gramaticalmente errado, pode dar a sensação de que a pessoa (no caso, quem pegou o recado) não o passará assim que o interessado chegar, mas quando ela puder ou quiser, gerando insegurança no interlocutor.
    • Plebeísmo. Qualquer erro que demonstre a falta de instrução de quem fala, como “Os chegado da maloca tão se danando”. Portanto, as gírias também são um exemplo de plebeísmo.
    • Pleonasmo. Trata-se da repetição de informações desnecessárias, como em “sair para fora” ou “antecipar para antes”.
    • Cacoetes de linguagem. Esses são muito comuns em qualquer faixa etária ou local. Termos como “Tipo assim”, “Tá ligado?”, “Mano”, “Cara”, “meio que”, etc. enchem a frase sem querer dizer nada e podem dificultar a compreensão da mensagem.[3]
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Método 2
Método 2 de 3:

Entendendo o que causa os vícios de linguagem

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  1. How.com.vn Português: Step 1 Entenda por que esses termos são utilizados em conversas informais.
    Em conversas com amigos é normal apelarmos para as gírias, seja por preguiça de elaborar melhor o que será dito ou por vergonha de parecermos “caretas”; é claro que em uma mesa de bar ninguém falará como se estivesse defendendo uma tese. No entanto, o uso recorrente dessas expressões desenvolve o hábito e é aí que começa o problema.
    • Não tenha medo de parecer “quadrado” por falar corretamente. Embora não seja necessário falar como um erudito em um papo sem compromisso, é uma boa ideia controlar o uso do “tá ligado?” e do “Meu”, por exemplo. Quando estiver conversando com amigos, fiscalize-se para falar corretamente. Assim, você estará acostumado com esse estilo de discurso em situações formais, como entrevistas de emprego e apresentações acadêmicas.
  2. How.com.vn Português: Step 2 Entenda por que esses termos são usados em situações formais.
    Como dito anteriormente, o uso recorrente dessas expressões no dia a dia faz com que o indivíduo esqueça como é se comunicar sem essas muletas. Dessa maneira, é muito mais difícil se portar em uma palestra se a sua linguagem é outra diariamente, é quase como falar um outro idioma. Além disso, as emoções em situações como essa também desempenham um papel importante, principalmente o nervosismo.
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Método 3
Método 3 de 3:

Evitando os vícios de linguagem

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  1. How.com.vn Português: Step 1 Leia mais.
    Procure livros, jornais, blogs e artigos que o interessem e leia diariamente. Sem saber como é a língua culta, é impossível se livrar dos erros gramaticais e gírias.
  2. How.com.vn Português: Step 2 Escreva mais.
    A prática leva à perfeição. Uma pessoa que sabe escrever bem tem mais chances de se comunicar com sucesso. Discursos costumam ser escritos antes da apresentação, isso é parte da oratória.
  3. How.com.vn Português: Step 3 Estude o conteúdo do que será falado.
    Seja para uma entrevista de emprego ou seminário na faculdade, você deve estar preparado para falar. Isso quer dizer estudar a matéria que será apresentada, se informar sobre o cargo pretendido e sobre a empresa que o entrevistará, analisar o conteúdo da reunião, etc. Ter confiança no que será dito é de grande ajuda na hora H e isso só acontece quando dominamos o assunto. Quem apresenta o que não sabe fatalmente acaba recorrendo aos vícios de linguagem.
    • Quando estiver estudando, prepare-se para as eventuais perguntas. Reflita sobre a apresentação, descubra quais pontos podem gerar dúvidas e elabore boas explicações para as dúvidas que surgirem. Ser pego de surpresa o deixará mais nervoso.
  4. How.com.vn Português: Step 4 Não fique nervoso.
    A dica anterior deve ajudar com isso, mas é necessário ter também autocontrole. Ocasiões formais são um prato cheio para o nervosismo, por mais preparada que a pessoa esteja. Adotar técnicas de relaxamento e se cuidar são as melhores formas de controlar a impulsividade causada pela ansiedade.
    • Caso você tenha problemas sérios de ansiedade e ela interfira em sua vida frequentemente, considere fazer terapia. Um psicólogo pode fornecer as ferramentas para controlar sua mente e até encaminhá-lo a um psiquiatra se o seu caso exigir o uso de medicamentos.
    • Durma bem na noite anterior à apresentação. A privação de sono atrapalha a concentração e também propicia o nervosismo.
  5. How.com.vn Português: Step 5 Respire corretamente.
    Quando estiver falando para uma audiência, não esqueça de respirar. Pode parecer bobagem, mas muitas pessoas perdem o controle da respiração quando estão sob pressão e isso pode ocasionar o uso dos vícios de linguagem; o palestrante acaba recorrendo a eles em momentos em que poderia tranquilamente fazer uma pausa para respirar, sem perder a atenção dos ouvintes.
    • Entre um trecho e outro, inspire lentamente pelo nariz, usando a barriga; solte o ar lentamente e continue falando. Além de evitar os vícios de linguagem, isso trará uma sensação de relaxamento proveitosa para a situação e você acabará a apresentação se sentindo bem disposto.
  6. How.com.vn Português: Step 6 Olhe para todos os lados da plateia.
    Embora focar um ou outro espectador seja uma boa técnica para prender a atenção da audiência, não se esqueça de visualizar todos os presentes, para que saibam que você está falando com eles também.
  7. How.com.vn Português: Step 7 Não se distraia.
    Observar que a menina da segunda fileira está no celular pode interferir na linha de raciocínio e causar um “branco”. Concentre-se no que está falando, não no que está vendo.
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Dicas

  • Quando tiver mais intimidade com textos e artigos, você terá mais facilidade para escrever de maneira clara e coesa. Portanto, tente ler e escrever diariamente. Isso ajudará com a oratória e com sua redação também, fundamental para todos os aspectos da vida.
  • Para saber mais sobre a empresa que fará a entrevista, pesquise-a na internet. Saber a história dela certamente deixará o entrevistador impressionado e esse é um ponto positivo para você.
  • Caso você esteja escrevendo uma obra literária, não tenha medo de usar os recursos de linguagem. Existem momentos em que os vícios de linguagem podem funcionar em seu favor, como na composição de uma personagem, por exemplo. Tenha bom senso.
  • Não use a língua culta quando estiver falando com amigos e assistindo um jogo de futebol, mas não use somente gírias. Exercite sua flexibilidade linguística.
  • Tanto o ENEM quanto a maioria dos vestibulares descontam pontos das redações que contêm vícios de linguagem. Fique sempre atento ao escrever!
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